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sexta-feira, 18 de março de 2011

Japão-Líbia, os maiores dos problemas do brasileiro?

A mídia cria em todos nós um sentimento de globalização sentimental no tocante às tragédias globais. O brasileiro tem em sua veia cultural a síndrome de ficar mais abalado com tragédias que ocorrem fora do país do que com as tragédias que ocorrem todos os dias na nossa frente. Tragédias essas que se perpetuam a séculos. Mas vamos deixar isso de lado por enquanto.

Durante toda essa semana recebemos informações do abalo sísmico que ocorreu no Japão causando até o momento cerca de 5000 mortes. Depois do carnaval e da teórica guerra na Líbia que está para ocorrer esse foi o assunto mais utilizado para esconder os problemas sociais no Brasil. Já perceberam que, sempre que ocorre esse tipo de situação a mídia brasileira esquece completamente os problemas sociais brasileiros, como por exemplo o fato dos governadores aposentados estarem ganhando agora um salário vitalício. E pra agravar isso, existem deputados e senadores que, por já terem sido governadores no passados, estão ganhando o somatório dos salários dos atuais cargos com o salário de governador.

Mas isso não importa, o que importa é que o Japão está em crise e que a Líbia tem um ditador no poder. Que eu me lembre a maioria dos países africanos também tem ditadores no poder, ditadores estes que promovem genocídios todos os meses, mas não vejo os EUA se pronunciarem contra estes feitos. Será que é porque lá não existem reservas de petróleo? Desculpem, esqueci do Japão.

Viajando na internet  descobri alguns sites que estão coletando dinheiro para fazer doações às vítimas do terremoto japonês (http://br.noticias.yahoo.com/saiba-como-fazer-doa%C3%A7%C3%A3o-%C3%A0s-v%C3%ADtimas-do-terremoto-no-jap%C3%A3o.html), mas nesse mesmo momento eu me perguntei: "Será que o Japão realmente precisa de doações, haja visto ele é a 3ª maior economia do mundo? (e como ele chegou a esse patamar)" (http://girouniversal.wordpress.com/2010/08/19/as-10-maiores-economias-do-mundo-em-2010/)
Outra indagação foi se eu me lembrava de alguma vez ter lido algum jornal ou alguma notícia informando que o Japão estava mandando algum tipo de ajuda para algum país pobre. Ou se algum país do mundo se pronunciou em ajudar o Brasil quando aqui sofremos pelas enchentes no ano passado.

Foi ai que eu percebi o que já era perceptível a muito tempo. O brasileiro se preocupa demais com o externo e esquece do principal, os problemas internos. O brasileiro ou não sabe ou faz questão de esquecer que a cada 5 minutos morre uma criança de fome aqui no nosso território (http://www.coladaweb.com/sociologia/fome-no-brasil). Sim, no tocante às guerras, aqui em um ano morreram mais de 12000 jovens por arma de fogo (http://www.coav.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1385&sid=3). E só pra dar mais um exemplo de como o brasileiro se esquece ou não sabe das coisas, aqui morrem  por ano cerca de 45000 pessoas somente de infecções hospitalares, ou seja, pelo fato de nossos hospitais não terem ambientes com a higiene ideal (http://tn.temmais.com/noticia/8/8551/45_mil_pessoas_morrem_todos_os_anos_no_brasil_em_decorrencia_de_infeccoes_hospitalares.htm). Somando todas as mortes temos nesses três casos cerca de 100000 (cem mil) mortos por ano. Mas lembrando que não temos terremotos e não estamos em uma guerra (declarada).

Ok brasileiro, sei que um texto como esse causa até de certa forma uma revolta contra o autor, mas a intenção deste não é afirmar que a situação do Japão não é importante, lógico que é. Mas, temos uma situação bem mais grave aqui no nosso país, na nossa cara, e não conseguimos resolvê-la. Devemos respeitar a situação Japão-Líbia, mas devemos nos centrar no mais importante, nos nossos mortos. 

Quando comecei  a digitar esse texto eram 2:40h da manhã, agora que vou clicar em publicar postagem são 2:47h, então morreu uma criança de fome aqui no Brasil.