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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A demografia e a política da erotização no Brasil


A muito tempo o Brasil é conhecido como o país do Carnaval, porém, como tudo na história da humanidade, isso também tem um motivo. Para entender porque o Brasil tem a fama de país do sexo livre no exterior primeiro precisamos entender como a população se reproduz ao longo dos tempos, pois um fator pode influenciar diretamente o outro.
No tocante à reprodução humana podemos afirmar que a população tende a se reproduzir mais em épocas de conforto econômico, e tende a se reproduzir menos em épocas de problemas econômicos (vide guerras, grandes desastres naturais etc). O Brasil, assim como o mundo, teve um surto de crescimento na taxa de natalidade a partir do fim da Segunda Guerra Mundial ("baby boom"), pois de certa forma, melhoraram as infraestruturas seja no tocante à educação, à saúde e ao saneamento básico em todo mundo (ou em parte dele).
Porém, esse surto foi sufocado pela crise do petróleo de 1973. Como afirmado, em época de problema econômico, as taxas de natalidade diminuem. Porém, na década de 90, com a volta da democracia e a implantação de um modelo neoliberal o Brasil começou a se reestruturar economicamente (o que só viria a acontecer cerca de uma década depois).
É aqui que entra um fator histórico nesse país. Aqui sempre ouve por parte da maioria dos governantes a ideia de que o país cresce quando a população também cresce. Por isso grandes taxas de natalidade sempre foram bem vistas por parte dos nossos governantes. Porém, a partir do governo FHC, quando a moeda se estabilizou e a economia estava mais organizada e preparada para encarar o capitalismo moderno (estado enfraquecido, privatizado e portas abertas para multinacionais) o fenômeno da taxa de natalidade começou a declinar.
É sabido que o fenômeno da natalidade segue a lógica econômica do país, mas existe outro fator que influencia diretamente esse crescimento populacional, é o pensamento da mulher moderna, que prefiro chamar de revolução das mulheres. A mulher moderna tende a ter o nível educacional mais elevado que o homem nesse momento histórico no Brasil. Atrelado a esse fator ainda existem os métodos anticoncepcionais que dão o poder à mulher dela escolher o momento certo para reprodução. Ainda existe o fator do trabalho, pois a mulher moderna por ter mais educação está ocupando aceleradamente os cargos que antes não ocupavam. Quanto a evolução do trabalho feminino existem pensadores que atrelam sua existência à evolução do nível educacional das mulheres, já outros afirmam que sua evolução na tomada de cargos e postos é devido aos seus salários serem mais baixos que os dos homens e, por terem as mesmas qualidades no tocante ao trabalho, se tornam funcionários menos dispendiosos para a empresa.
Então, sabendo dessa evolução econômica do país e atrelando a ela a revolução das mulheres, temos uma taxa de crescimento em decréscimo. É aqui que entra a chamada política da erotização precoce no Brasil. Justamente na década de 90 já tínhamos uma geração erotizada devido à década passada já existirem programas infantis com apresentadoras vestindo roupas extremamente curtas e gestos e danças nada pedagógicos. Os programas infantis com apresentadoras vulgares iniciaram uma geração que cresceu extremamente erotizada nesse país. Junto a esses programas surgiram também os grupos de axé com dançarinas usando shorts minúsculos e cantando letras de músicas extremamente alusivas ao sexo. Era comum ver crianças dançando e cantando sucessos como "Pau que nasce torto nunca se endireita" ou "segure o tchan". Na época do carnaval, uma dançarina dançava nua, apenas com parte de seu corpo pintado em rede nacional na tv para todas as crianças verem e em todos os horários. Pura alusão ao sexo.
Pode parecer caretice, mas não é. A Psicologia afirma que a personalidade de uma criança é formada pelo que ela copia dos pais e do mundo. Se ela vive em um mundo erotizado, ela tenderá a se erotizar precocemente. Aqui entra outro fator importantíssimo que é o consumo. Uma criança erotizada se adaptará mais rapidamente à chamada ditadura da beleza e consequentemente tenderá a consumir mais e mais cedo, tudo que o capital deseja. Porém, o fator mais importante é a tentativa de acelerar o crescimento das taxas de natalidade no país, pois, mais pessoas, mais mão de obra,  mais exército de reserva na força de trabalho e menos problemas na previdência social.
Por fim, dados todos esses fatores, podemos afirmar que, a política da erotização precoce do brasileiro pode estar diretamente relacionada com as taxas de natalidade e o crescimento econômico no Brasil além da sua fama internacional como o país do sexo. O capital usando dos meios mais sórdidos possíveis consegue se perpetuar no espaço e no tempo, destruindo os pilares da ética social por meio da mídia e apelando para influências psicológicas até mesmo na formação de uma geração, que, crescida e porque não dizer "cevada", irá consumir mais e reproduzir cada vez mais o consumismo.