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domingo, 14 de setembro de 2008

Uma possível reconfiguração do espaço brasileiro...

Desde o início da história do Brasil o país vem se reformulando geograficamente e espacialmente. No início a região mais importante do país era a Região Nordeste com a cana de açúcar e outras produções campais. Com o passar dos séculos, tivemos grandes fluxos para outras regiões, como por exemplo a busca pelo ouro em Minas Gerais, ou o fluxo da borracha na Região Norte. Porém, a mais importante reconfiguração do espaço deste país se deu com a instalação das indústrias na Região Sudeste em virtude da proximidades das fontes de matéria prima e da infra-estrutura já instalada pelas fazendas de café.

Essa última configuração é citada como a mais importante porque foi nessa região que se configurou toda a cituação econômica do país. Lá estão as maiores indústrias, os maiores centros comerciais e a maior quantidade de consumidores também. Em virtude disso, os principais produtos tecnológicos do país são construídos lá, e de lá são enviados para o "resto" do país. Não só a produção como a chegada de produtos tecnológicos de fora do país estão atreladas a essa região. Para que essa máquina funcione foram instalados mega aeroportos na região, são os chamados Aeroportos-Cidade, e estes tem a finalidade de receberem os produtos oriundos da Europa e EUA e redistribuí-los para as outras regiões do país. A suma a logística atual do país é esta, porém, algumas forças estão criando fortes vetores econômicos para uma nova região que já foi muito importante nos primórdios da História do país.

A Região Nordeste passa mais uma vez a ser observada com outros olhos, mas não pelos nossos "queridos" políticos e governantes, e sim pelo mercado externo (o Capital, os verdadeiros inimigos da humanidade). Se pararmos para refletir o que é necessário para se criar um centro econômico teremos os seguintes fatores: Energia, matéria-prima, mão de obra especializada, transportes e fluxo informacional.

Agora vamos refletir sobra cada um destes com uma visão sobre a Região Nordeste:

1)Energia:

Nunca houve tantos investimentos na rede elétrica-energética na Região Nordeste. O site da Agência Brasil do governo indica um investimento de 29,3 bilhões de reais no setor da região. (fonte: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/01/22/materia.2007-01-22.3216811419/view)
Outro fator importantíssimo é a construção da nova refinaria de petróleo da região somando mais 20 bilhões de dólares em investimentos na região (fonte: http://administracao.memes.com.br/jportal/portal.jsf?post=4877).

2) Matéria prima:

As matérias primas são outro fator primordial pra construção de um centro econômico-industrial, ou até mesmo de uma ZPE (mais detalhado a frente), e dentre elas existe uma em evidência por "coincidência" nos últimos dez anos. A água, fonte da vida e que no Nordeste tem sua fonte primordial no Rio São Francisco. Após um século de debates acerca da transposição do velho Chico agora na última década parece que finalmente o projeto sairá do papel, e inundará o resto do Nordeste da mais importante matéria-prima de todas, criando um verdadeiro potencial produtivo na região (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Transposi%C3%A7%C3%A3o_do_Rio_S%C3%A3o_Francisco).

3) Mãos de obra especializada:

Nuca o Nordeste recebeu tantos investimentos em educação superior e técnica na história do país. Para se ter uma idéa, o estado do Rio Grande do Norte "sobreviveu" por 100 anos com a existência de somente um Cefet e uma universidade. para mudar o quadro, o governo do PT em apenas cinco anos já instalou cerca de 10 novos Cefets distribuindo na capital e no interior do estado. A UFRN em 5 anos já quase duplicou a gama de cursos oferecidos (fonte: http://www.nominuto.com/cidades/cefet_rn_recebe_r_15_milhoes_para_expansao_no_interior/8941/).

4) Transportes e fluxos informacionais:

Finalmente começam as obras do maior aeroporto das Regiões Norte-Nordeste no estado do Rio Grande do Norte. o famoso Aeroporto internacional de São Gonçalo terá potencial de Aeroporto Cidade, e teoricamente formentará a economia de todo o Nordeste servindo de HUB de mercadorias oriundas da Europa e EUA (http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=563592).

Depois de todos esses dados estatísticos podemos realmente afirmar, a Região Nordeste está sim se reconfigurando espacialmente e economicamente perante o país, e isso pode ser apenas o início de uma grande mudança econômica que pode afetar não só o Nordeste, mas todo o Brasil, transformando a Região Nordeste como a mais forte região em virtude da sua proximidade com a Europa e com os EUA.

Essas são suposições baseadas em dados estatísticos colhidos e observados em anos de estudo. Esperemos para ver o resultado do que vai sair desse casulo que é a Região Nordeste atualmente. Esperemos que seja uma bela borboleta.


Anderson Rocha

3 comentários:

Rai disse...

é melhor escrever houveram do que ouveram, mas o correto mesmo é houve

Renan disse...

É.. a idéia é criar vários eixos econômicos, além do atual Eixo São Paulo-Rio de Janeiro. Criar o Eixo Recife-Salvador, podendo se criar uma megalópole, ao mesmo tempo que se resolve os problemas urbanos das capitais do NE.

Anônimo disse...

Realmente Anderson, a região Nordeste do Brasil vem gradativamente elevando seu status econômico. Isso se deu principalemnete, a partir da década d 1990 com a política neoliberal e o início da chamada "Guerra dos lugares" (SANTOS, 2005). Porém, como afirma Celso Furtado em sua obra sobre o Subdesenvolvimento do Nordeste, ainda que o Nordeste tenha alcamçado um ritmo de crescimento econômico próximo ao da região Sudeste nas últimas décadas, a desarticulação entre o tipo de industrialização que emerge na região e as necessidades do mercado e da sociedade locais explica a manutenção do subdesenvolvimento ali presente, e pior, explica também a perpetuação desse subdesenvolviemtno. Então, mesmo com esses dados sobre os investimentos recentes no NE, a desarticulação entre o modelo de desenvolvimento proposto pelo governo e as necessidades da sociedade local, só vai agravar a problemática das diferenças sociais no Nordeste. Por fim, para que o nordeste tenha um desenvolvimento econômico e social, de fato, é necessário uma política de dentro pra fora e não ao contrário.