Brasil pede socorro à Argentina e compra sua energia um dia após o apagão
1 dia depois do apagão, Brasil importou energia da Argentina
Um dia depois do apagão que atingiu 11 estados e o DF, o Brasil importou energia da Argentina para complementar o atendimento da demanda no período de pico de consumo, informa documento do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgado nesta quarta (21).
“É mais tentativa de equalizar a demanda necessária para o sistema", avaliou o especialista em energia Ricardo Savoia, diretor da consultoria Thymos. Embora ressalve que o total importado tenha sido "pouco significativo" frente ao volume total e que ainda não se sabe as razões técnicas e pontuais que levaram o Brasil a solicitar energia ao país vizinho, ele afirma que o expediente é mais um indicativo de que o sistema está operando no limite.
De acordo com o ONS, o intercâmbio de eletricidade ocorreu na terça-feira (20) a pedido do próprio operador e foi equivalente a 165 MW (megawatts), o que corresponde a 0,22% do total da energia consumida no país no dia (74.094 MW).
Ainda de acordo com o documento, o envio da energia ocorreu pela manhã, entre 10h23 e as 12h, e depois pela tarde, entre as 13h e 17h02.
Em nota, o ONS informou que mantém um acordo com a Compania Administradora del Mercado Mayorista Eletrico S/A (Cammesa), da Argentina, para importar energia. "O intercâmbio de energia nos dois sentidos vem sendo adotado em diversos momentos ao longo da vigência do acordo", informou o órgão.
O expediente de importação de energia é raro. Levantamento feito pelo G1 no histórico dos boletins diários de operação do ONS não localizou nenhuma importação de energia pelo menos desde o final de 2013.
Em 2014, ocorreram ao menos 3 intercâmbios internacionais de energia, mas de exportação. No dia 26 de agosto do ano passado, houve, segundo relatório do ONS, um "atendimento à indisponibilidade em emergência" a pedido da empresa argentina Cammesa.
Já nos dias 17 e 23 de janeiro foram realizadas operações de fornecimento de energia do Brasil para a Argentina, "em caráter de emergência, devido à perda de recurso durante o período de ponta de carga daquele país", segundo o ONS.
Dúvidas sobre capacidade de oferta
"É um indício de que o ONS está se cercando de todas alternativas possíveis para que não ocorra a necessidade de novos cortes seletivos ou situações como a de segunda-feira", completou Savoia.
Para Adriano Pires, da consultoria CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), independentes das razões técnicas para a importação, a medida aponta para problemas na capacidade de geração de energia no país.
“Estamos operando no fio da navalha. Se não estivesse faltando, não teria porque importar. Quando você está com problemas sérios de oferta, qualquer 'megawattizinho' (sic) é bem-vindo", diz o analista.
Fonte: G1 Economia
Nossa opinião:
Logicamente problemas energéticos deixam qualquer nação entristecida, mas antes de reclamarmos temos que analisar a real situação brasileira.
Vivemos no momento o ápice do aquecimento global e para completar ainda somos um país tropical. O consumo de energia no verão vai aos limites com todos usando ventiladores e ar condicionado.
Mas não é só isso, estamos crescendo. Engana-se quem diz que os míseros 0,5% na economia não é nada. a cada ano o salário mínimo aumenta de forma razoável. Existe cada vez mais programas sociais que destinam mais renda para o pobre. Somando tudo isso temos um aumento considerável no poder de compra de todas as classes. O pobre compra mais, consome mais, o rico vende mais, produz mais. Esse ciclo (que apesar de ter ficado mais lento) vem se propagando à pelo menos uma década.
O governo federal logicamente vem fazendo grandes investimentos na área energética do país, mas as leis ambientais impedem muito o avanço das novas hidrelétricas. Não estou sendo contra leis ambientais (lógico que não), mas é preciso saber que os debates com os indígenas e tudo mais que envolva o meio ambiente provoca lentidão nas obras.
Por isso eu posto essa notícia com um ar de razoabilidade. Não vou jogar pedras no Estado dessa vez, sei que o problema é grande e a solução é lenta.
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