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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Estudantes revoltosos, leiam "A arte da Guerra" de Sun Tzu



Esse mês o Brasil começou a pegar fogo, isso devido ao aumento generalizado das passagens de ônibus em todo o território nacional. Bem Brasil, chegou evento importante eleva-se o preço de tudo afinal, o povo acaba sempre consumindo mais independente do preço. Mas alguma coisa ficou diferente, nos parece que o povo começa a acordar de um grande tempo de dormência. Mas também temos que analisar a lógica temporal, eleições chegando, muito sindicalista e líder estudantil estão querendo se afirmar nas próximas eleições.

Mas independente da razão real (promoção política ou revolta social), esses líderes estão conseguindo cada vez mais colocar mais pessoas nas ruas reivindicando seus direitos e reclamando do sistema mais desigual e corrupto do planeta, o Estado brasileiro. O problema é a lógica que estão usando. 

Primeiro erro: o confronto com a polícia

Manifestantes ocupam as ruas comerciais das cidades usando da tática "vamos bloquear o trânsito e impedir o comércio". Até funciona, mas não tanto quanto deveria, isso porque essa tática acaba por atrair o confronto desnecessário com a Polícia Militar, mais especificamente o CHOQUE. A princípio é necessário que as pessoas entendam que o critério para se ingressar na PM (seja qual for) na maioria do território nacional não é o critério intelectual. É requerido somente o segundo grau, mas lhe é cobrado nas ruas conhecimento de primeiros socorros, direito, artes marciais, estratégia, psicologia e sociologia.

O policial militar não tem a mínima noção do que ocorre na verdade na hora desses confrontos. Suas opiniões (na maioria) são formadas pela mídia televisiva (aquela que chama os estudantes de vagabundos e baderneiros). Se duvidam entrem em comunidades e posts de policiais no Orkut ou Facebook no dias desses confrontos, vão se assustar com os comentários. Ou seja, aquelas cenas onde pessoas entregam flores para policiais em manifestações são cenas sem sentido - principalmente para os policiais.

Mas como falava no início, esse confronto não tem lógica. Primeiro que os estudantes (na grande maioria) não sabem sequer pelo que estão lutando, estão meramente sendo manipulados por um grupo que quer ascender politicamente usando de partidos de "esquerda". Por outro lado policiais militares despreparados e praticamente destituídos de senso crítico ou lógica social. A cena que ocorre disso é uma verdadeira barbárie, onde o saldo são dezenas de pessoas presas e outras dezenas feridas. O ódio histórico dos brasileiros contra os militares só aumenta. Mas o que eu quero dizer é que, os verdadeiros inimigos da sociedade não sofrem absolutamente nada com isso, eles estão em suas poltronas confortáveis assistindo tudo pela tevê - com pipoca e refrigerante.

Os verdadeiros inimigos e a verdadeira tática

Os verdadeiros inimigos do povo são velhos conhecidos das aulas de história (sim, aquela que você dormiu e nunca entendeu), refiro-me à burguesia que acabou com a farra dos impérios e instaurou a "democracia" (Revolução Francesa). A lógica mudou um pouco mas o inimigo é o mesmo. Hoje se organizam em partidos políticos e  se refugiam nas "casas do povo", as prefeituras e câmaras municipais e estaduais. Eles que são os inimigos, isso tem que ficar bem claro na cabeça das pessoas, é deles que o povo tem que cobrar.

Só para lembrar, quando a burguesia achou ruim o sistema imperial monárquico, ela foi diretamente ao rei e o decapitou, não ficou de "mimimi" no meio das ruas. Mas calma, não estou falando em decapitar essa burguesia como a mesma fez com o sistema antecessor, digo que as manifestações devem ir com o mesmo fervor para cima dessas pessoas, nas casas do povo, nas suas casas. Eles devem sentir o peso das mortes que provocam indiretamente quando sucateiam o Estado. Em uma guerra desse tipo o inimigo deve ser enfrentado cara a cara, sem intermediações. Se eles não sofrerem pressão nada mudará. Essa pressão não pode ser intermitente, deve ser eterna. Sempre o povo deve estar causando calos em seus pés, circundando suas casas, fazendo-os temer.

Por mais poético que eu esteja sendo espero que entendam que não estou fazendo apologia à violência. Quero dizer que lotar as casas do povo é mais interessante que bloquear ruas, ou seja, o que tiver de ser feito tem que ser feito próximo dos políticos, de preferência em cima deles, para que eles sintam a pressão popular e sejam obrigados à mudar seus feitos. Se essa pressão for eterna ai sim podemos mudar a história do país.

A última reflexão

Grupos sociais devem ter cuidado, não existe mobilização sem lideranças. Muitas vezes as lideranças desses movimentos são atrelados à partidos políticos de esquerda ou até pior, de direita. Mas o que esses líderes querem é meramente se promover politicamente para mudar de classe, sair da plebe e ir para a burguesia. O confronto nas ruas com a PM é idiotice, uma luta sem sentido entre duas classes que sequer sabem pelo que lutam. O confronto deve ser diretamente com os políticos nas casas do povo e até mesmo nas suas casas, para que eles sintam a pressão popular (mas sem decapitações por favor).

Por fim, é necessário que as pessoas entendam um pouco da arte da guerra. Se você não sabe pelo que luta sua batalha não terá sentido. Se você não conhece seu verdadeiro inimigo sua batalha não terá êxito. Se você não conhece o território inimigo acabará por atacar a si próprio. Temos que lutar, mas não pelo simplório aumento das passagens de ônibus, temos que lutar por mais, somos a sexta maior economia do mundo, mas também somos o país mais desigual do planeta, e no ranking da corrupção somos líderes também. Temos que lutar pelos milhares de brasileiros que morrem todos os anos de fome, em assaltos nas ruas, pelas drogas, pelo péssimo trânsito que temos, pelos desvios nas verbas dos hospitais públicos, pelos 11 bilhões usados na copa do mundo e por toda essa política que sobrevive da morte de pessoas que se instalou nesse país a um bom tempo. A luta tem que ser perene e o alvo tem que ser bem delimitado.

Obs.: Podem até me criticar por ainda usar termos clichês marxistas, mas acredito que a ironia fez o bom uso destes. 

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